Segundo o coordenador da Festa, não há indicativos de medidas mais rígidas para evitar o corte antecipado no próximo ano
Uma das preocupações recorrentes da Diretoria da Festa de Nazaré (DFN) é o corte prematuro da corda, uma prática que, segundo o coordenador do Círio 2024, Antonio Salame, compromete a segurança dos romeiros e a simbologia do ato. “A gente sabe que essa ação do corte da corda, principalmente prematura, põe em risco as pessoas que estão do lado. Eles [promesseiros] cortam em um momento em que a romaria poderia avançar tranquilamente”, lamentou na manhã desta segunda-feira (14/10) durante um balanço das sete primeiras romarias. Em 2024, tanto a corda da Trasladação quanto a da grande romaria foram cortadas antes do final de cada procissão.
Salame destacou que a DFN e a Guarda de Nazaré realizam campanhas de conscientização pelo não corte, mas a persistência do problema pode ser atribuída à falta de compreensão do significado espiritual do ato. “Essa ação de cortar a corda é de pessoas que ainda não sentiram o poder de Deus, o seu amor forte por todos nós e a intercessão de Nossa Senhora”, afirmou. O coordenador reforça que, apesar de algumas sugestões de mudanças mais radicais, como inserir um núcleo de aço na corda para evitar os cortes, a proposta da organização é continuar com a corda como está, confiando na conscientização dos fiéis.
“A corda é uma expressão física de estar atrelada a Nossa Senhora. Na verdade, ela é desnecessária, mas pedimos que as pessoas revejam a sua forma de proceder”, destacou.
Para o coordenador, a maior expressão do evento é o amor fraterno entre os romeiros. Ele pede que os participantes colaborem para que a paz e o espírito de união prevaleçam em todas as procissões. “O mais bonito seria tentar aguentar o máximo possível e só quando o esgotamento físico realmente acontecesse é que a gente cortasse a corda. Isso tem que imperar em todas as procissões”, concluiu.