Aristides Dias

Recentemente participei de um aniversário de 15 anos, da minha sobrinha e durante a festa fiquei lembrando dos meus tempos de adolescente. Tempo muito bom onde ninguém tem preocupação com nada, parece que a vida é infinita, nunca vai mudar, vai ser sempre daquele jeito, escola, brincadeiras e festas, muitas festas com direitos a muitas paqueras.

É nessa fase que descobrimos as boas e gostosas nuances da vida, tipo: namoros, festas, passeios etc., a vida é uma verdadeira colônia de férias, com exceção das notas escolares, pois temos que caprichar para tirar boas notas e assim continuar ganhando a confiança dos pais, embora tenha muitos que não conseguem isso, eu era um que fazia muito esforço.

Fui pesquisar na internet, a origem desses bailes de 15 anos e encontrei isso: “Tudo começou na Europa Antiga, especificamente na metade do século XVI, quando as famílias mais nobres faziam um baile para apresentar suas filhas à sociedade. Tanto que a palavra debutante vem do francês “débutant” e significa iniciante ou estreante. Também veio com uma espécie de ritual de passagem da infância para a vida adulta no 15º aniversário de uma menina. Depois desse momento, ela poderia usar roupas mais adultas, frequentar reuniões sociais e namorar.

Aliás, esse tipo de festividade começou a ter mais visibilidade internacional após a Revolução Francesa, de 1789, quando uma família nobre fugiu da guerra civil. A consequente migração para outros continentes fez com que a festa se propagasse com mais força”.

Quando cheguei em Belém, com 14 anos, fui logo entrando nesse circuito de aniversários, pois a minha turma tava chegando nos quinze e era festa quase todo final de semana, e minha vontade era paquerar uma aniversariante, mas minha timidez não permitia, pois tinha acabado de chegar do interior e o interior ainda estava enraizado dentro de mim, enquanto isso meus amiguinhos da capital, mais desenvoltos, partiam pra cima das meninas e acabavam no mínimo roubando uns beijos. Eu ficava só na vontade. Isso no primeiro ano que cheguei.

A partir do segundo ano já comecei a jogar de igual para igual com eles fui mostrando minhas garras aos poucos e assim conquistando algumas meninas da minha idade, mas uma aniversariante que é bom, nada. Não sei por que eu tinha essa vontade.

Com meus 16 ou 17 anos, finalmente consegui ficar com uma nubente, era uma japonesa linda e muitos colegas estavam de olho nela, mas, naquela noite, seus olhos só queriam saber dos meus, como dizia João Gilberto: Esse seu olhar, quando encontra o meu… então aconteceu o beijo e, de simples convidado passei a ser o “primeiro damo” da festa. E apresenta pro pais, pras amigas etc.

Foi a realização de um sonho. Nessa noite fui dormir realizado, pois finalmente tinha ficado com uma aniversariante que fazia 15 anos. A realização desse sonho não durou muito, como eu não era flor que se cheirasse, uma semana depois acabou o encanto e eu já estava pronto pra outra.

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