MESA DE BAR

 Aristides Dias

Foto ilustrativa.

Mesa de bar é um altar para celebrações, nela se vive momentos tristes e momentos felizes, se comemora vitórias e derrotas e se escuta de tudo um pouco como esse caso de amor que não foi privilégio do garçom do Reginaldo Rossi e sim meu.

Estava eu e um amigo molhando a palavra em um bar, quando o artista que se apresentava começou a cantar, “Já tive mulheres de todas as cores de várias idades e muitos amores, casada, carente, solteira feliz, já tive donzela e até meretriz….”, quando meu parceiro chamou minha atenção e disse:

“Amigo, nunca tive tantas mulheres como diz a música do Martinho da Vila, mas as que tive, todas eu vivi intensamente. Eu nunca fui um cara bonito, por isso as mulheres não aconteciam com facilidade para mim, então, para compensar, aprendi a arte da conquista.

Isso mesmo, não é qualquer um que sabe conquistar uma mulher e eu, modéstia parte aprendi a fazer isso. Vou citar um exemplo: Certa vez, estava eu e alguns amigos nos divertindo no famoso Palácio dos Bares, no bairro da Condor, onde há alguns anos pousava os hidroaviões da empresa que tinha o nome Condor Syndicat, daí surgiu o nome do bairro Condor.

Próximo a nossa mesa, onde eu estava com alguns amigos, se divertiam um grupo de mulheres, umas com namorados outras não, e minha vista bateu em uma delas que estava sem companhia e ficava o tempo todo sentada. Ela chegou a olhar para a nossa mesa, mas, pelo que vi, não achou ninguém interessante para ela, simplesmente eu era invisível.

Logo percebi que minhas chances eram quase zero, não fosse o destino dar um empurrãozinho. Certa hora da noite, formou-se uma confusão próximo a mesa delas. Foi uma correria geral, alguns namorados se meteram na confusão e esqueceram das meninas. Foi quando eu aproveitei a situação e fui até aquela que dilatou minhas pupilas, visto que, ela se encontrava muito nervosa.

Me apresentei e tentei acalmá-la, com êxito. Levei-as para fora do recinto, juntamente com alguns namorados das amigas, que não entraram na confusão e começamos um bom bate papo que foi terminar no Ver-o-Peso. De frente pra baía do Guajará, com o sol dando as caras, depois de muito papo, consegui arrancar um beijo dela. Depois do beijo, ela percebeu meu nervosismo e perguntou por que eu estava tremendo? Eu respondi que era porque eu tinha acabado de beijar a mulher mais bonita da minha vida.

Hoje, essa mulher é a mãe de meus dois filhos e continua sendo a mulher mais linda que eu já vi na vida”. Ela, ao seu lado, deu um sorriso de felicidade e enxugou algumas lágrimas.

Aristides Dias é jornalista, membro da Academia Maçônica de Letras do Estado do Pará, editor chefe do site AmazonPauxis e membro fundador da Academia Artística e Literária de Óbidos – AALO.

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